quarta-feira, 7 de maio de 2014

Se o choro daquele bébé pudesse ser traduzido…..

Sento-me numa das poucas mesas vazias na praça de restauração.
Há gente por todo o lado !
E correm de um lado para o outro, como se a hora marcada (para nada em muitos casos) já tivesse passado há muito
Fico a olhar para essas pessoas,
Imagino o que se poderá passar naqueles mundos!
….Uma coca-cola na mão;
….Um tabuleiro vazio;
….Olhares indecisos a “contemplar” cartazes de ementas aparentemente deliciosas;
E ….
Um bebé.
Um bebé num carrinho!!
Na verdade, naquele espaços estavam vários carrinhos de bebé,
mas….
Aquela criança captou a minha atenção por vários minutos.
O bebé chora no carrinho enquanto os pais comem e falam
O bebé continua a chorar,
Os pais abanam um pouco o carrinho,
O bebé acalma o choro,
Os pais continuam a comer e a falar e a olhar em volta,
O bebé volta a chorar em gritos finos e que entoam, mesmo num espaço cheio!!!
Os pais voltam a “abanar mais um pouco o carrinho, quase sem olhar pro mesmo….
Como se ele estivesse vazio !!!
O bebé, do carrinho, acalma de novo o choro…
A cena repete-se em todo o tempo que aquelas pessoas ali estão.
Tive vontade de me aproximar deles,
ou melhor,
Tive vontade de me aproximar do carrinho e pegar ao colo aquela criança!!
Aquele choro !!!!
Aquele choro, apertou-me o coração.
Aquele choro, pareceu-me mais que fome!
Pareceu-me mais que dores, mais que “abanem-me o carrinho”,
Aquele choro….
Era nitidamente um grito….
Um grito que, se traduzido em palavras diria:

”- Papá…. Mamã
Eu não tenho fome e tão pouco quero ser embalado no carrinho.
Papá…. Mamã…. brinca comigo. Pega-me ao colo.
Papá…. Mamã…. EU ESTOU AQUI
Será que vocês não vêem que eu só queria um pouquinho da vossa atenção. “

:’(

JU
MJsP em 16-06-2013

PS. Este texto foi escrito num shopping cheio de gente, um barulho imenso, onde o choro daquela criança se sobrepunha a todo esse barulho. No entanto poucos ouviam a criança a chorar… e pior que tudo, os próprios pais não ouviram!
Chego à triste conclusão de que estou num lugar cheio…
de pessoas “vazias”…..

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